quarta-feira, 19 de setembro de 2012

"O amor natural" de Drummond

Faz cara de intelectual, mas tou ligada na sua...

   Eu adoro o Drummond. Há muito tempo. Mas eu não sou a fã número um de poesia. Eu sei, eu sei! Horrível isso. Já tentei, gente. Já li um pouquinho de diferentes autores. Mas, em geral, não é para mim! Posso até depois escrever sobre os poetas de quem gosto, vai que as outras pessoas que têm resistência com poesia gostam dos mesmos, né?
  Então, eu sou fãzona, mas gosto mesmo das crônicas. Daí eu peguei um livro do meu pai, que é fã dele como cronista E poeta. Chama-se "O amor natural", um livro de poemas eróticos. Eu já li vários poemas políticos ou líricos dele, vai que vendo outra faceta eu mudava de idéia... Pessoal! Drummooond!! O que é aquilo, hein? Não vou nem comentar a minha opinião sobre as poesias deste livro porque eu gosto de Drummond e gosto de gostar dele, rs.


A capa do livro aqui de casa.


Tá booom, eu dou a minha mais sincera opinião. Achei quase todas pornografia barata. É isso mesmo! Sinto muito, Drummond, mas é o que eu pensei, oras. E nem resmungue porque este é o meu blog. (Mas os caros leitores podem resmungar nos comentários!) Tem até algumas minimamente inspiradas, mas da maioria eu decididamente não gosto.
 Mas eu sou uma pessoa Copo-Meio-Cheio e trouxe para vocês a melhor poesia que eu encontrei no livro. É, nem todas eram tão ruins... Mas a maioria era! 

 OH MINHA SENHORA Ó MINHA SENHORA
"Oh minha senhora ó minha senhora oh não se incomode senhora minha não faça isso eu lhe peço eu lhe suplico por Deus nosso redentor minha senhora não dê importância a um simples mortal vagabando como eu que nem mereço a glória de quanto mais de... não não não minha senhora não me desabotoe a braguilha não precisa também se despir o que é isso é verdadeiramente fora de normas e eu não estou absolutamente preparado para semelhante emoção ou comoção sei lá minha senhora nem sei mais o que digo eu disse alguma coisa? sinto-me sem palavras sem fôlego sem saliva para molhar a língua e ensaiar um discurso coerente na linha do desejo sinto-me desamparado do Divino Espírito Santo minha senhora eu eu eu ó minha senh... esses seios são seus ou é uma aparição e esses pelos essa nád... tanta nudez me deixa naufragado me mata me pulveriza louvado bendito seja Deus é o fim do mundo desabando no meu fim eu eu..."

   Vixe, deu muito trabalho copiar isso por causa da falta de pontuação. Essa poesia eu achei realmente criativa, não é vulgar e é até engraçada. Engraçado que o prefaciador (Affonso Romano de Sant'Anna, alguém conhece alguma coisa dele?) adivinhou que leitores como eu não iam gostar muito: "'Àqueles que se habituaram a ler suas crônicas ironicamente suaves e a tê-lo como o velho poeta meio tímido e simpático, este livro pode incomodar. (...) Para esses o livro poderá parecer pornográfico." Seu Affonso, o senhor me adivinhou!

Capa da terceira edição. Acho que era da primeira também. 

Quem mais ama o Drummond? Que faceta vocês mais apreciam? Gostam de poesia? E de poesia erótica? Consideram isso uma resenha? rs Se abram!

8 comentários:

  1. Adoro teu jeito de escrever Luciana! haha, me diverti lendo sua resenha livre :D

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    1. Ah, obrigada. haha Eu encontrei umas coisas estranhas relendo ontem à noite... Quando eu tiver outras para fazer, eu publico. :) :*

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  2. Acho que nunca li nada escrito por ele por completo... Eu sei, eu sei, tenho que tomar vergonha e ler algo, especialmente já que você gosta tanto dele, né? Eu gosto de saber o que os outros gostam de ler, acho que posso gostar das mesmas coisas! Alguma recomendação? Beijos

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    1. Tem um livro dele que eu adoro particularmente. Vou fazer uma resenha quando terminar de reler! :D Eu nem ia, mas você sempre me dá boas ideias. :**

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  3. Eu achei até meio bobo qd traz para os dia de hoje.

    Imaginei drummond em um puteiro. heheheh

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    1. Olá, Cristiano! Tem uns bem piores no livro, mas eu quero manter o nível aqui no blog, rs. Apareça!

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  4. Este comentário foi removido pelo autor.

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  5. Ingrid Vanylle5/12/2018

    Há uma diferença entre erotismo e pornografia. A obra de Drummond é erótica e não pornográfica. O pornográfico tem o intuito de levar a excitação tão somente, não é o caso da obra drummondiana. A obra faz parte de todo um projeto de Drummond ao longo da vida sobre falar do amor nas suas mais variadas nuances. Sexo para o autor é efetivação do amor e, por isso, algo natural. Aprofunde-se no assunto antes de usar classificações como "pornografia barata"

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